sábado, 1 de agosto de 2009

ASPECTOS HISTORICOS E SOCIAIS DA SEXUALIDADE HUMANA

Aspectos históricos e sociais da Sexualidade humana
O homem, um ser social, forma vínculos que dependem do patrimônio cultural e da herança, portanto algumas dessas ligações são mutáveis, outras não.Os comportamentos adquiridos e apreendidos, correspondem, na espécie humana, importância tal qual os inatos.A sociedade, certamente teria outra organização se obedecêssemos somente aos instintos sexuais. Na verdade, o que ocorre é a regularização desse apetite sexual, através de normas transformando-os em um grande potencial de organização sociológica. Essas normas, mais tarde, tornam-se leis garantindo a estabilidade e o desenvolvimento da sociedade.No plano físico, somos mais frágeis que os animais do nosso porte, exceto sexualmente: o pênis ereto do homem é o maior entre os dos primatas. A maioria dos vertebrados só se acasala uma vez por ano, mas com o ser humano isto não ocorre. Em qualquer fase do ciclo, homem e mulher estão aptos à copulação.Pouco se conhece a respeito do conceito de sexo em eras anteriores ao aparecimento da escrita. Símbolos sexuais são encontrados em monumentos megalíticos na Europa e no Mediterrâneo ocidental. Inúmeros achados sugerem que as primeiras sociedades ocidentais eram de linha matriarcal. No final do terceiro milênio (a.C.) ocorreu uma revolução social, comandada pelos chefes dos exércitos, terminando com o matriarcado, com autoridade preponderante.Na Babilônia, as mulheres eram consideradas inferiores aos homens, socialmente falando. O casamento era oficial e o adultério sujeito à pena de morte.O Antigo testamento enaltece a sexualidade, não a despreza, embora condene a prostituição, o adultério e o incesto. O casamento tem como finalidade maior a procriação.Deus não é sexualizado, embora seja masculino, considerado superior à natureza.Na Grécia Antiga, onde a sexualidade podia ser expressa de forma muito mais livre, encontramos uma nítida distinção entre a sexualidade destinada ao prazer e a sexualidade voltada a procriação. Segundo Martinez, na Grécia “A prostituição era reconhecida como indispensável para a preservação de jovens virginais, já que os homens costumavam casar-se por volta dos trinta anos e a mulher por volta dos vinte (Murstein, 1974). Já os romanos encontravam no casamento uma união de amor e prazer, embora o aliassem a sua função reprodutiva Eles eram rigorosamente monógamos.” (Martinez, 1998, p. 21). Com o advento do cristianismo, instituiu-se uma nova forma de abordar a sexualidade humana. O sexo passa a ser visto como algo pecaminoso, um prazer carnal que deveria ser evitado, para a Igreja o sexo deveria ser praticado unicamente com uma finalidade reprodutiva. Toda a busca do prazer seria condenável mesmo entre os cônjuges. A copulação deveria servir só para dar a luz. Desta forma, a monogamia e a virgindade para as mulheres passam a ser valorizadas como símbolos de virtude.O cristianismo foi mais rigoroso com o sexo feminino. Desde a interpretação do Antigo Testamento, apontou a mulher como a primeira a cair em pecado, sendo a segunda na ordem da criação, já que foi originada de uma costela do homem. Interessante observar que sexualmente, a figura de Deus, aparece como masculina (Cristo-homem), condenando o corpo transformado apenas em matéria, depois do pecado original. Valorizou o celibato, para os cristãos, Jesus viveu solteiro. A mulher, na figura de Maria, só foi enaltecida sobretudo pela virgindadeEste aspecto repressor assumido pela Igreja, com relação à sexualidade humana, é analisada com muita propriedade pela filósofa Chauí (1991, p. 83). Segundo as reflexões desenvolvidas por esta autora, “Costuma-se enfatizar os aspectos conservadores e reacionários da religião (no caso a cristã) face à sexualidade: bulas e encíclicas papais proibindo os anticoncepcionais, condenando o aborto, o adultério, o homossexualismo, o divórcio; seitas protestantes, como a pentecostal, bradando que é chegado o fim do mundo porque os homens reconstruíram Sodóma e Gomorra; a severa austeridade do vestuário protestante e o obsessivo controle do corpo de crianças e adolescentes; a atribuição dos males e doenças ao gosto pelo prazer carnal, na fala inflamada dos pregadores.” (1991, p. 83).Durante a Idade Média, período em que as expressões culturais e políticas foram mantidas sob rigoroso controle da Igreja, a sexualidade foi constantemente abordada. No entanto, conforme salienta Foucault, sexualidade continua ocupando um papel preponderante, mudando-se apenas sua conotação, fala-se agora da repressão da sexualidade .Ao referir-se a educação das crianças e dos jovens Foucault comenta:“Afirma-se freqüentemente que a época clássica o submeteu a uma ocultação da qual só se liberou com os Três Ensaios e com as benéficas angústias do pequeno Hans. É verdade que desapareceu a antiga “liberdade” de linguagem entre as crianças e adultos, os alunos e professores. Nenhum pedagogo do século XVII teria, publicamente, como Erasmo o fez nos seus diálogos, aconselhado seu discípulo na escolha de uma boa prostituta. E desapareceram progressivamente os risos estrepitosos que, durante tanto tempo, tinham acompanhados a sexualidade das crianças e, ao que parece, em todas as classes sociais. Mas isso não significa um puro e simples silenciar. Não se fala menos do sexo, pelo contrário. Fala-se dele de outra maneira; são outras pessoas que falam, a partir de outros pontos de vista e para obter outros efeitos”.(Foucault, 1988: 29-30). Nos dias que correm, a sexualidade humana, liberada do aspecto reprodutor, constitui o erotismo. Este, por sua vez, é um fenômeno de massa, sendo favorecido pela crescente comercialização das “pílulas anticoncepcioinais” a partir de 1956. Assunto comercializado através do cinema, do teatro, dos livros, das revistas e até da prostituição, tornou-se em poucos anos, de domínio público e irreverente. A sociedade, certamente teria outra organização se obedecêssemos somente aos instintos sexuais. Na verdade, o que ocorre é a regularização desse apetite sexual, através de normas transformando-os em um grande potencial de organização sociológica. Essas normas, mais tarde, tornam-se leis garantindo a estabilidade e o desenvolvimento da sociedade.No plano físico, somos mais frágeis que os animais do nosso porte, exceto sexualmente: o pênis ereto do homem é o maior entre os dos primatas. A maioria dos vertebrados só se acasala uma vez por ano, mas com o ser humano isto não ocorre. Em qualquer fase do ciclo, homem e mulher estão aptos à copulação.Pouco se conhece a respeito do conceito de sexo em eras anteriores ao aparecimento da escrita. Símbolos sexuais são encontrados em monumentos megalíticos na Europa e no Mediterrâneo ocidental. Inúmeros achados sugerem que as primeiras sociedades ocidentais eram de linha matriarcal. No final do terceiro milênio (a.C.) ocorreu uma revolução social, comandada pelos chefes dos exércitos, terminando com o matriarcado, com autoridade preponderante.Na Babilônia, as mulheres eram consideradas inferiores aos homens, socialmente falando. O casamento era oficial e o adultério sujeito à pena de morte.O Antigo testamento enaltece a sexualidade, não a despreza, embora condene a prostituição, o adultério e o incesto. O casamento tem como finalidade maior a procriação.Deus não é sexualizado, embora seja masculino, considerado superior à natureza.Na Grécia Antiga, onde a sexualidade podia ser expressa de forma muito mais livre, encontramos uma nítida distinção entre a sexualidade destinada ao prazer e a sexualidade voltada a procriação. Segundo Martinez, na Grécia “A prostituição era reconhecida como indispensável para a preservação de jovens virginais, já que os homens costumavam casar-se por volta dos trinta anos e a mulher por volta dos vinte (Murstein, 1974). Já os romanos encontravam no casamento uma união de amor e prazer, embora o aliassem a sua função reprodutiva Eles eram rigorosamente monógamos.” (Martinez, 1998, p. 21). Com o advento do cristianismo, instituiu-se uma nova forma de abordar a sexualidade humana. O sexo passa a ser visto como algo pecaminoso, um prazer carnal que deveria ser evitado, para a Igreja o sexo deveria ser praticado unicamente com uma finalidade reprodutiva. Toda a busca do prazer seria condenável mesmo entre os cônjuges. A copulação deveria servir só para dar a luz. Desta forma, a monogamia e a virgindade para as mulheres passam a ser valorizadas como símbolos de virtude.O cristianismo foi mais rigoroso com o sexo feminino. Desde a interpretação do Antigo Testamento, apontou a mulher como a primeira a cair em pecado, sendo a segunda na ordem da criação, já que foi originada de uma costela do homem. Interessante observar que sexualmente, a figura de Deus, aparece como masculina (Cristo-homem), condenando o corpo transformado apenas em matéria, depois do pecado original. Valorizou o celibato, para os cristãos, Jesus viveu solteiro. A mulher, na figura de Maria, só foi enaltecida sobretudo pela virgindadeEste aspecto repressor assumido pela Igreja, com relação à sexualidade humana, é analisada com muita propriedade pela filósofa Chauí (1991, p. 83). Segundo as reflexões desenvolvidas por esta autora, “Costuma-se enfatizar os aspectos conservadores e reacionários da religião (no caso a cristã) face à sexualidade: bulas e encíclicas papais proibindo os anticoncepcionais, condenando o aborto, o adultério, o homossexualismo, o divórcio; seitas protestantes, como a pentecostal, bradando que é chegado o fim do mundo porque os homens reconstruíram Sodóma e Gomorra; a severa austeridade do vestuário protestante e o obsessivo controle do corpo de crianças e adolescentes; a atribuição dos males e doenças ao gosto pelo prazer carnal, na fala inflamada dos pregadores.” (1991, p. 83).Durante a Idade Média, período em que as expressões culturais e políticas foram mantidas sob rigoroso controle da Igreja, a sexualidade foi constantemente abordada. No entanto, conforme salienta Foucault, sexualidade continua ocupando um papel preponderante, mudando-se apenas sua conotação, fala-se agora da repressão da sexualidade .Ao referir-se a educação das crianças e dos jovens Foucault comenta:“Afirma-se freqüentemente que a época clássica o submeteu a uma ocultação da qual só se liberou com os Três Ensaios e com as benéficas angústias do pequeno Hans. É verdade que desapareceu a antiga “liberdade” de linguagem entre as crianças e adultos, os alunos e professores. Nenhum pedagogo do século XVII teria, publicamente, como Erasmo o fez nos seus diálogos, aconselhado seu discípulo na escolha de uma boa prostituta. E desapareceram progressivamente os risos estrepitosos que, durante tanto tempo, tinham acompanhados a sexualidade das crianças e, ao que parece, em todas as classes sociais. Mas isso não significa um puro e simples silenciar. Não se fala menos do sexo, pelo contrário. Fala-se dele de outra maneira; são outras pessoas que falam, a partir de outros pontos de vista e para obter outros efeitos”.(Foucault, 1988: 29-30). Nos dias que correm, a sexualidade humana, liberada do aspecto reprodutor, constitui o erotismo. Este, por sua vez, é um fenômeno de massa, sendo favorecido pela crescente comercialização das “pílulas anticoncepcioinais” a partir de 1956. Assunto comercializado através do cinema, do teatro, dos livros, das revistas e até da prostituição, tornou-se em poucos anos, de domínio público e irreverente.(trecho dissertação de mestrado de marilandes ribeiro braga)

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